Acabou o jogo. Acabou o sonho. Acabou a Libertadores 2013
para o Fluminense.
Na base do ‘cuidado’ para não tomar gol dentro de casa, o
Olímpia começou muito atrás, muito também porque o Fluminense começou ditando o
ritmo do jogo. O Flu se entregava a cada bola, o Olímpia não. Sinal disso foi o
gol tricolor, em que Rayner disputou uma bola que foi mal adiantada para o goleiro, e com um
toque de ‘meio’ calcanhar, encobriu-o, o tirando da jogada, ficando livre e
só para o gol. Só não. Porque a bola o fazia companhia, mas não mais, quando
ele a empurrou para as redes. A bola acompanhou a rede e Rayner foi acompanhado
por seus companheiros e por milhões de tricolores que comemoravam o gol.
O Flu só ‘caía’ fora se tomasse a virada, pois um possível empate com
gols dava a vaga pelo gol fora de casa, vide o empate zerado semana passada em
São Januário.
O Fluminense conseguiu o ouro! Mas se escondeu na mina onde
o encontrou. Se escondeu para garantir, para não perder, mas em vão.
Depois do gol sofrido, o Olímpia foi só pressão para cima do
Fluminense, até obter o placar que precisava. Dois gols em 5 minutos. Dois gols
de bola parada e do mesmo jogador.
Salgueiro, que tem o mesmo honroso nome de uma das maiores Escolas
de Samba do Rio, mudou a história, e assim como a nossa Salgueiro nos carnavais
cariocas, fez o povo paraguaio sambar de felicidade no Defensores del Chaco. Ah
tá certo, paraguaio não sabe sambar. Mas os pulos e os cantos já serviam como
manifestações de alegria.
O Defensores Del Chaco era a apoteose paraguaia! A energia e
a festa digna de um espetáculo. O futebol em campo nem tanto, mas a emoção e a carga dramática movimentaram esse Olímpia x Fluminense.
Pois Salgueiro como disse, havia empatado numa cobrança de
falta fechada, em que ninguém esperava que fosse cobrada diretamente para o
gol, mas foi e surpreendeu até o goleiro de seleção brasileira, Diego Cavalieri.
Minutos depois, o mesmo Salgueiro virou para os paraguaios. Desta de vez
pênalti. Cavalieri foi bem na bola, mas Salgueiro foi melhor ainda na cobrança.
No segundo tempo, o Olímpia com o ouro nas mãos fez o mesmo
que o Fluminense, se escondeu dentro da mina! O tricolor voltou com intrepidez e
domínio contra o time de Assunção que estava mais recuado e inofensivo do que
nunca. Inofensivo porque nada fez no segundo tempo. Cavalieri poderia dormir,
assim como poderia ter dormido também em São Januário no jogo de ida.
O tempo foi passando e o Fluminense foi pressionando e assustando.
Não porque as oportunidades eram excepcionais, mas assustando porque o time
paraguaio, apesar de em casa, se assustava atoa.
O Flu jogava com garra, fazendo jus ao título de “time de
guerreiros” que carrega desde 2009, na época de Cuca. Garra não faltava. Criatividade sim.
Wagner não consegue ser esse armador que Abel precisa.
Abel então decidiu mexer. E ousou! O Fluminense chegou a
ficar com três atacantes (Rayner, Nem e Fred) e dois meias atacantes em campo
(Wágner e Thiago Neves).
Pouco tempo depois, mais ousadia por parte de Abelão. Ele
colocou Sóbis no lugar de Nem e Samuel no lugar de Jean. O Flu então ficou com
seis na frente. Taticamente falando, porque no papel eram 11 no campo de defesa
do Olímpia. Naquela altura era Digão cruzando, e Rayner lá atrás cobrindo o
lado direito, que ficou órfão com as saídas de Bruno e Jean. Não tinha
organização tática. Era na raça, na emoção, no coração!
Thiago Neves cobrou bem uma falta. Fred em uma cabeçada
assustou. Mas realidade é que não tivemos uma grande defesa do goleiro Martín
Silva. Era uma pressão no abafa, na garra dos guerreiros tricolores, mas não tão
técnica quanto poderia ser.
O Olímpia foi covarde o tempo inteiro. O Flu ainda que sem
exigir tanto quanto poderia do goleiro não merecia, como bem disse Abel em
entrevista ao final do jogo, ser eliminado.
Mas ambas as equipes preferiram se defender quando tiveram a
vaga nas mãos. O Olímpia se defendeu melhor, isto é fato. Fato também é que em
casa, foi quem atacou melhor. Criou oportunidades mais contundentes que o Flu
no Rio semana passada.
O Flu não tomou gol em casa, mas marcou fora e ainda assim
foi eliminado. Por quê? Por causa do saldo de gols!
Muitos afirmam que o gol fora de casa é tudo na
Libertadores. Mas se deixam enganar, e se confundem muito das vezes. Estão
valorizando mais o tempero do que o próprio alimento em sim. Gol fora de casa é
ótimo!!! Mas não melhor que o saldo de gols!
Pelo jogo, o Fluminense não merecia ser eliminado, assim
como também não merecia ter chegado até aqui pelo que jogou antes.
Jogou tudo o que não jogou anteriormente na competição nesse
jogo, mas a sorte (ou a praticidade) de outrora não o acompanhou.
Não adianta pressionar. Tem que traduzir a pressão em gols,
ou ainda que seja, em 'trabalho' para o goleiro, pois além de não ter feito gol,
o Fluminense não exigiu muito do goleiro Martín. Deve se lamentar sim, porque
poderia ter sido melhor com a classificação ou até mesmo sem ela.
O Fluminense tem mais time que o Olímpia. Mas foram os
paraguaios que aproveitaram o “fator casa” melhor. Pois quando precisaram,
sufocaram o Fluminense com o apoio de sua torcida e fizeram dois gols. O Flu em
casa, não conseguiu o mesmo, aliás nenhum para contar história. Acabou que
caiu.......
.......Mas caiu de pé! Isso
que é importante! Mais firme do que alguns outros brasileiros que já caíram.
O nome do jogo não foi Fred. Foi Salgueiro! Que dignificando
o nome, proporcionou para os paraguaios, tanta alegria quanto a Salgueiro traz
para o povo brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário