Simples e prático: O Fluminense jogou pra vencer, mas não
foi capaz. Ou melhor, não fez o suficiente para tal. Em um zero a zero dentro do
‘caldeirão’ de São Januário, o tricolor não conseguiu estufar a rede paraguaia,
devido à forte retranca do time do Olímpia.
Primeira consideração: Não esperava tal postura do time
paraguaio, que praticamente não chutou ao jogo, tendo em vista que é o segundo
melhor ataque da competição e o que mais chutou à gol até aqui na Libertadores.
Talvez tamanha cautela se deva ao respeito por parte deles por terem do outro
lado o “El campeón Brasileño”. Afinal, o respeito ao título, por parte dos
paraguaios ainda é um ‘bom’ resquício da conquista passada do Flu, já que o
futebol de antes nem em sombra vemos mais.
Não que antes fosse um extraordinário futebol, porque não
era, mas era disciplinar e consistente, o suficiente para ir vencendo cada jogo
no sufoco e segurando lá atrás até inacreditavelmente, de forma avassaladora,
conquistar o título nacional. (Inacreditavelmente não pelo título, merecido!
Mas sim pela tamanha disparidade de pontos em relação aos adversários, ainda
que jogando um futebol mecânico).
Mas enfim, 2012 já passou, e o que se vê desse Fluminense versão
2013, é um time sem brio, identidade e o principal, criatividade! A ausência de
Deco é mais do que sentida, tudo bem que no ano passado desfalcou o Flu em
muitos jogos, mas de vez em quando ele vinha para ‘salvar’ o tricolor em jogos
amarrados. E é isso que falta para a equipe das Laranjeiras, o time não tem o
homem para criar as jogadas. Wágner toca de lado e de vez em quando arriscar
bons chutes de fora da área, entre um cruzamento ou outro. Thiago Neves que poderia
suprir um pouco dessa carência de criatividade, não joga, vive no departamento médico.
Aliás, para tantos que afirmavam que o tricolor tinha o
melhor elenco do país, eu pergunto, cadê o melhor elenco do Brasil? Foi só
perder o principal armador e o principal artilheiro, Fred, este por alguns
jogos, que você não reconhece o Fluminense, a não ser em jogos contra Volta
Redonda e pequenos cariocas, em que goleadas em cima dos mesmos, eram tidas
como Maravilhosas e enganavam à todos, colocando um time simples como uma
fantástica equipe.
Rayner corre muito, dribla, marca, mas é limitado. Welington
Nem está mal, não arrisca, não é o mesmo do ano passado, mas me parece que é
assim porque precisa de espaço para jogar, afinal quando pega equipes fechadas,
o jogador some em campo!
E o que dizer do Fred? Melhor centro avante hoje do nosso
país. Mas que não faz mais no tricolor por falta de um garçom. A maioria dos
gols dele tem sido de cabeça, graças ao oportunismo dele é claro, mas em
cobranças de bola parada, entre uma falta e um escanteio. E venhamos e convenhamos,
é muito pouco para um centro avante que ano passado foi artilheiro do
campeonato nacional. Fred pode fazer mais! Afinal, quem não se lembra do golaço
dele de voleio no Fla-flu do ano passado? Gols desse porte, com a costumeira
finalização mortal com os pés ou um gol ‘cara a cara com o goleiro’, não
acontecem mais! Mas não é culpa dele! Antes, ele tinha Deco para sempre lançá-lo,
deixá-lo na cara do gol, agora ele tem no máximo, um Rayner, um Wágner, ou os
laterais, mas apenas para cruzar uma bola para uma cabeçada ou quem sabe
mediante a uma bobeada do zagueiro, um domínio de bola e aí sim uma finalização
com os pés.
Semana que vem, o Defensores Del Chaco estará abarrotado,
completamente lotado com 50 mil torcedores do Olímpia. E que muitos não se enganem,
com o futebol apresentado pelo time paraguaio no Rio, pois a postura deles será
completamente diferente dentro de seus domínios. Será pressão total.
A saída para o Flu será um empate com gols, para se
classificar através do gol marcado fora de casa. Mas fica difícil de imaginar o
time de Abel fazendo muitos gols, porque dos 8 times que ainda restam nesta
Libertadores, o Fluminense tem o pior ataque de todos! Pior até que o do Real
Garcilaso do Peru, o mais fraco desta fase. Para quem marcou 8 gols em 9 jogos,
fica difícil imaginar uma classificação pelos gols fora, em pleno Defensores
del Chacho, o palco mais tradicional de Libertadores que o Flu jogará dos que ele jogou até
aqui.
Mas ainda resta o 1 a 0, que muitas vezes salvou o time de
Abel ano passado. OU até o 1 a 1, que também garante o tricolor na próxima
fase. Mas um grande futebol? ............
....Não adianta querer tampar o sol com a peneira! Até agora
o Fluminense não jogou um jogo com futebol de semi-finalista das Américas,
aliás não jogou futebol nem digno de estar nas oitavas, só passou, porque pegou
um grupo fraquíssimo em que o mais forte tecnicamente do grupo, o Grêmio, não
foi estável.
Depois de tudo que já vimos do Fluminense nesta
Libertadores, eu pergunto: O Flu tem time para passar pelo Olímpia em Assunção?
Tem! Só não está jogando futebol para tal feito. Para mim dá Olímpia. A tragédia
já é anunciada. Mas Para evitá-la o time de ‘guerreiros’ terá que voltar a
guerrear dignamente, e para isto, precisará recuperar suas armas de batalha que
não perdeu, mas que se enferrujaram no decorrer deste ano. Afinal guerrear sem
armas, é inútil. Que o Fluminense às desenferruje a tempo.
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