Uns vão justificar com o fato de que Cássio estava
adiantado. Outros vão dizer que Pato furou a bola que reacenderia o jogo.
Outros tantos que Riquelme foi o principal responsável. Mas a maioria em
absoluto colocará a culpa da eliminação corintiana em cima de Carlos Amarilla.
A maioria, incluindo este que vos fala, mas não se pode
colocar na conta do árbitro também, a principal dificuldade do Corinthians: reverter
resultados!
Já tinha dito em outro post que o Corinthians enfrentaria
uma situação que não tinha enfrentado em nenhuma oportunidade na Libertadores
passada: Entrar com obrigação de vitória. Em nenhum mata mata em 2012, o
Corinthians havia perdido o primeiro jogo, dessa vez perdeu e entrava em campo tendo
que sair pro jogo.
E conseguiu cumprir com o pré-estabelecido, fez seu gol. Só
o que não estava pré-estabelecido era o glamour de incompetência prestado pelo
Amarilla e seu assistente. O Corinthians obteve com Romarinho em posição legal
o tão sonhado gol, mas o assistente o anulou de forma vexatória, com consentimento
de Amarilla. Isto sem falarmos do pênalti não marcado pelo próprio Amarilla,
pois Somoza cortou uma bola dentro da grande área com a mão, foi o toque de mão
dentro da área mais intencional visto por mim desta e das últimas Libertadores
da História. Não, Somoza não é jogador de vôlei. O Pacaembu não é uma quadra, é
um estádio. E o árbitro sim, agiu com incompetência. O bandeirinha, o mesmo que
anularia o gol de Romarinho momentos depois, nem para auxiliar. Parecia que
ambos estavam com vendas nos olhos ou se vendo no telão do estádio do Pacaembu,
ah lembrei, o Pacaembu não tem telão e muito menos os árbitros estavam com vendas,
duas hipóteses descartadas. Então só resta-me dizer: Incompetência
inadmissível!
Depois do show de erros da dupla de arbitragem, quem decidiu
dar seu show foi Riquelme. Não no jogo inteiro, porque nada fez mais do que o
gol, mas quem disse que craque precisa brilhar o tempo todo? Basta uma lucidez
de genialidade, uma bola bem encaixada, um momento desapercebido de todos e
pronto, a estrela brilha. Que o diga o goleiro Cássio, desapercebido estava em um
chute que parecia cruzamento, ou vice versa, adiantado tomou o gol.
Pronto. Gol sofrido e necessidade de fazer três. O pior dos
pesadelos. Não foi só o gol que afetou o time, mas os erros anteriores da
arbitragem que amenizariam a situação e o gigantesco desafio de fazer três gols
em 45 minutos, sendo que não havia feito nenhum em 135, bom nenhum legalizado.
Segundo tempo. Corinthians pressionava. O Boca não conseguia
sair do seu campo. E Paulinho no começo, aos 5, fez renascer a esperança
corintiana. Cruzamento perfeito de Emerson para a cabeçada mais que perfeita ainda
de Paulinho, mais que perfeita porque Paulinho foi até a trajetória da bola, a
posição futuro dela e também porque cabeceou no contra pé do goleiro. 1 a 1.
Dava impressão de que seria fácil. E era. Dava impressão de
que o Corinthians aproveitaria o momento e conseguiria a reação esplendorosa,
mas não foi o que aconteceu.
A torcida incendiou, o Timão pressionava, a energia do
Pacaembu pulsava e contagiava à todos.
Mas aos poucos a chama foi se apagando. O Corinthians estava nervoso. Não conseguia
criar situações de gol. E esbarrava em sua principal dificuldade, dita por este
colunista lá no início: Reverter resultados.
O que antes de a bola rolar era o desafio de um gol em 90
minutos para no mínimo a disputa ir para os pênaltis, agora era de se fazer 2
gols, em menos de meia hora.
O time de Tite estava previsível. Perigo mesmo só em bola
aérea com Paulinho. Até que ele fez de novo, mas arbitragem novamente anulou.
Não houve impedimento, mas houve falta dele no goleiro. Muitos da mídia
discordam, talvez impulsionados pelos erros anteriores e querendo uma remissão
do árbitro. Mas ao meu ver, houve falta sim.
Aos 30, Pato teve a bola para reincendiar o jogo, que
naquela altura estava morno, tanto no campo, quanto nas arquibancadas. Mas ele
furou! E quando foi descer com a perna que furou, a esquerda, involuntariamente
a canela botou de lado a bola pela linha de fundo.
Tite ainda tentou uma última cartada, Douglas no lugar de
Danilo, mas foi uma atitude mais de desespero pela necessidade de vitória. Jogo truncado, difícil, chute de fora da área
poderia ser a saída, Renato Augusto que faz isto muito bem não estava
relacionado porque ainda se recupera de uma lesão. O jeito foi colocar o
Douglas, é, foi o “jeito”.
O Corinthians tinha o controle da bola, mas não sabia o
caminho para levá-la ao fundo das redes, ou melhor, sabia, mas havia um Boca
embravecido dentro de campo, o Corinthians logo, aos poucos foi morrendo dentro
dele.
Reprovado! No primeiro teste tendo que sair em busca do
resultado, o time de Tite, não conseguiu o esperado. O árbitro influenciou. Mas
se o Corinthians não estivesse tão nervoso e não sentisse a pressão da
obrigação da vitória, talvez conseguiria fazer outros tantos, ainda que
Amarilla anulasse tantos outros, porque o atual campeão da Libertadores tem
potencial para mais, só não o fez, porque se abateu com Riquelme e a
arbitragem.
O Campeoníssimo Corinthians enfrentou neste jogo tudo o que
não enfrentou na Libertadores passada: Resultado adverso, pressão por obrigação
de vitória e o principal: erros de arbitragem!
O Corinthians foi um antes dos erros e do gol sofrido e foi
outro depois que o tomou.
Todos já passaram por isso. Alguns conseguiram ser campeões,
outros não. Mas o que eliminou o Corinthians não foram só os erros de
arbitragem (além do gol sofrido, claro); e sim também, como ele se comportou
depois deles. Sentiu o golpe. Este golpe todos levam, a diferença está na
reação de cada um. E o Corinthians reagiu mal.
A reação ao golpe foi pior que o golpe em si!
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