Foram 74 dias desde que estreou como treinador do Flamengo,
com 7 vitórias, 4 empates e 3 derrotas. Números normais para quem analisa-los
apenas com a matemática. Mas números péssimos para quem analisa-los como um
todo. Não só pelos números, mas também pela falta de identidade que Jorginho
saiu do comando técnico do Flamengo.
De 14 partidas o Flamengo venceu a metade com Jorginho no comando.
Seria normal se o Flamengo tivesse jogado com equipes de grande calibre. É
péssimo porque em sua maioria quase absoluta o Flamengo jogou com equipes
inferiores ou aproximadamente do mesmo nível.
Pega-se as derrotas para Audax, Ponte e Náutico com mando de
campo a favor, e se conclui que alguma coisa estava errada.
Muitos dizem que Jorginho não teve tempo o suficiente para
mostrar o seu trabalho, eu penso ao contrário, teve tempo muito mais que
merecido ao menos, para preparar uma equipe pra não ficar em penúltimo hoje no
campeonato como está o Flamengo.
Jorginho teve pouco mais que dois meses, tempo de sobra! E
mesmo assim começou o campeonato cercado de dúvidas. Pois foi necessário apenas
45 minutos de Marcelo Moreno no jogo de estreia para ele sacar Hernane e
colocar o jogador naturalizado boliviano como titular no jogo seguinte. Bastou
Renato Abreu zunir um pênalti contra Ponte Preta, para no jogo seguinte esquentar
o banco de Joinville, tanto esquentou que entrou no segundo tempo a todo vapor
sendo fundamental no heroico empate em 2 a 2 contra o Atlético/PR.
Sai Renato, Começa Carlos Eduardo. Sai Rafinha, Começa
Paulinho. Sai Gabriel, Volta Rafinha. Sai Amaral, Começa Luís Antônio. Sai João
Paulo, começa Ramon e vice versa!
Mexidas demais para quem se via em uma 4° rodada de campeonato
nacional. Mexidas e indecisões demais para quem já havia passado vexame na Taça
Rio anteriormente.
Jorginho ficou desgastado perante a diretoria e a torcida do
Flamengo muito por conta também pela falta de padrão tático, que mal ou bem com Dorival
Júnior, o Flamengo tinha e pela Falta de entrosamento dos jogadores que erravam passe de 3 metros, muito por causa das constantes mexidas do treinador.
Tantas mexidas que ocasionaram na principal falta que esse
time tinha: Falta de identidade! Falta de time! Falta de cara!
Quando digo falta de cara, digo isto porque o Flamengo não tinha
a equipe pronta. Tá certo que o elenco é fraco, mas como tudo na vida, ainda
que seu potencial seja aquém do esperado, o que não pode faltar é convicção,
certeza, decisão!
Tantos times tecnicamente do mesmo nível do Flamengo, já
conseguiram surpreender em tantos outros campeonatos brasileiros, mas justamente
conseguiram porque tinham um time pronto! Tinham um time formado. O Flamengo
não tinha, o Flamengo não tem! O Flamengo tem muitos jogadores, mas não um time
exato! Antes de afirmar se um time é bom
ou ruim, tem que se ter um time pronto pra depois defini-lo se é bom ou ruim.
E agora para montar esse time, precisa-se de um bom nome.
Especula-se Mano Meneses, Celso Roth, Renato Gaúcho. O último me agrada mais,
Renato Gaúcho tem mais ‘perfil’ de Flamengo do que Roth e o careiro Mano.
Resta-nos esperar.
Sem time, sem identidade, sem graça, sem cara, Jorginho assim
caiu.
Na vida, se perde e se ganha. Se tenta e ás vezes, não se
consegue o objetivo. Mas o que faz a diferença é o modo como as coisas são
feitas. Você pode tentar, tentar, tentar e não conseguir. Mas se tiver convicção
e cara pra dar a tapa, um dia você consegue se ajeitar.
O Flamengo de Jorginho não deu a cara a tapa, até porque nunca teve uma para dar. Perder faz parte, mas até para perder tem que se
ter CARA.
A indefinição atrapalhou Jorginho e companhia.
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