domingo, 9 de junho de 2013

Não é o ideal. Mas estamos no caminho!

Eram 21 anos sem vencer a França, tabu hoje quebrado. Quase 4 anos sem ganhar um clássico contra seleções campeãs do Mundo, jejum irritante que foi também encerrado hoje! Marcas incômodas demais para quem é a única seleção do Mundo a deter 5 estrelas de títulos mundiais em seu escudo. Marcas que foram apagadas, com um 3 a 0 indiscutível sobre a nossa carrasca, a França.

Primeiro tempo sem graça. A Seleção brasileira estava com mais posse de bola, mas sem objetivo. Toque pra lá e toque pra cá, a espera de um espaço na defensiva França. Espaço difícil de se achar tanto pela postura francesa, mas muito mais pela falta de armação de jogadas da seleção.

Neymar recebia na esquerda, não tentava o drible. Preferia tocar para Oscar, que rolava para Paulinho, o mesmo dirigia a bola para Hulk no lado direito. Ah não! Hulk titular novamente! Sim, sim! Mas pelo menos Hulk arriscava, partia pra linha de fundo, tentava um drible ou outro, quiçá um cruzamento. Neymar do outro lado não fazia nem a metade disso. E não! Não era grande coisa o que o Hulk fazia, mas já era algo! E pasmem, nem metade de algo Neymar fez no jogo!

Uma cabeçada de Fred, em cruzamento de Oscar foi a melhor jogada do Brasil no primeiro tempo. Já a França........apesar de um Davi Luís, hoje, abaixo do que o de costume, não assustava.

Vira o intervalo. Começa o segundo tempo. Com Brasil mais disposto. Melhor, ambas seleções. Hulk continuou útil e chegou com muito perigo no início da segunda etapa. Um chute rasteiro, não tão forte como costuma chutar, porém, mais preciso também do que costume fazer, bola rasante à esquerda do goleiro.

Mal se animava o torcedor com a chance do Brasil, que a França assustou em chute de longa distância. Venenosíssimo. ‘Perigou’ também.

O Brasil era melhor. E aos 8 minutos, Oscar, em assistência de Fred, abriu o marcador para o Brasil. A França que não conseguia jogar, assustou em uma cobrança de escanteio e só.

O Brasil vencia e dominava. Mas Felipão quis garantir o seu velho e bom 1 a 0, companheiro de sempre. Tirou Oscar, e colocou o volante Fernando. No início achei uma substituição infeliz, por ter tirado o autor do gol, um dos melhores jogadores, mas a justificativa veio logo depois, pois Oscar vem em um ritmo de temporada intenso na Europa, Felipão quis poupá-lo. Entendido a saída de Oscar. Não entendido e muito menos compreendido, a saída de um meia para a entrada de um volante marcador.

Mas Felipão foi alertado pelo histórico brasileiro, que nos últimos jogos, estando na frente do placar permitiu ao adversário o empate, com a nossa marcação deixando Rooney, Vargas, Balotelli entre outros, completamente à vontade para chutar de fora da área e colocar a bola onde queriam. Faltou um marcador para tirar essa liberdade. Felipão, atento, colocou. Mas ao meu ver, Fernando deveria entrar em lugar de um também volante.

Certo ou errado, Felipão aproveitou e também colocou Lucas no lugar de Hulk. Tecnicamente, não entendo porque Hulk é titular, tendo um jogador como Lucas no banco de reservas, mas a força de Hulk, que não é a mesma do personagem dos cinemas, é suficiente para Felipão, que quer ter em campo um jogador grandalhão nas divididas e que ajude bastante na marcação. Jeito Felipão de ser, marcação priorizada ao invés da técnica. Contesto. Somos o que somos hoje reconhecidos pela técnica, e não por força fisíca. Se ainda fosse um jogador forte com técnica apurada.......Mas pelo menos, Felipão tem sua filosofia. E sua cautela de toda, não pode ser impiedosamente condenada.

Mais tarde, Scolari colocou quem já merecia ter começado como titular, Hernanes. O jogador da Lázio, entrou e com muita técnica fez o segundo gol brasileiro. No terceiro gol, o derradeiro, Hernanes descolou lindo lançamento para Marcelo que fez fila na defesa francesa até sofrer o pênalti muito bem marcado pelo árbitro peruano. Lucas bateu com muita categoria. Devagar foi pra bola e cobrou fraco deslocando o goleiro.  Quem consegue ter a percepção para onde o goleiro (quando o goleiro já se ‘entrega’, claro) vai numa cobrança de pênalti, o desloca com facilidade, não precisando bater forte pro gol, mas com calma e precisão, como Lucas fez. Observou Felipão? O chute forte de Hulk não fez falta perante a frieza e categoria de Lucas!

De tudo que vi no jogo de hoje, o que me fica claro mais uma vez, é que Neymar não pode mais ser titular da seleção. Opinião minha. Neymar é craque. Mas não tem jogado nada na seleção. Toca de lado. Toca pra trás. Não arrisca um drible sequer. Se bobear nem a trave ele driblaria, se possível fosse a trave ser colocada mais a frente, lógico.

O Brasil jogou bem! Foi melhor que a França! Era a vitória que precisava pra levantar a moral da seleção. Não mediante aos outros e sim à eles próprios. Faltava uma vitória contra gente grande, agora não falta mais.

Os pessimistas ou perseguidores, como preferirem, agora dizem: “A França é fraca”, “estava sem Ribéry, o craque do time”. Tá certo, faltou Ribéry. Mas isso não tira o mérito do Brasil. Porque em contra partida, a nossa seleção ainda está buscando entrosamento. Não está jogando tudo que pode ou sabe. Tem muito a dar. Se faltou Ribéry para França, à nós ainda falta o entrosamento ideal, que está vindo, e mesmo assim fizemos 3 a 0 na França.

Vencemos e convencemos, relembrando os velhos e queridos tempos, não tão distantes assim, mas que para um povo acostumado com o bom futebol, 1 mês de mal futebol já é uma eternidade que inquieta. Imagine então esses anos que estamos sofrendo.


Vitória com cara de Brasil. Já o futebol, digamos não com cara, mas com um rabisco de Brasil. Não chegamos no ideal. Mas pelo menos agora, já se desenha um caminho!

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