O Vasco está na final da Taça Guanabara. Venceu neste sábado,
o atual campeão carioca, Fluminense, por 3 a 2. Tecnicamente o jogo não foi tão
bom, apesar do número de gols, todos saíram pela liberdade dada pela defesa
adversária. Mas pelo menos o clássico
foi emocionante.
O primeiro tempo foi monótono. Com o Vasco usando a vantagem
do empate para viver lá atrás (e nem sequer contra atacava) e o Fluminense que
precisava da vitória para avançar, apenas dominava o Vasco territorialmente,
com uma oportunidade aqui outra acolá. Neste momento, eu estava torcendo e
muito! Mas não para o Vasco, e menos ainda para o Fluminense. Estava torcendo,
para o fim do primeiro tempo, onde a monotonia reinou em abundância.
E até que enfim o segundo tempo veio! Com atraso de dois
minutos, mas veio! E valeu a pena
esperar por ele. Quem precisava correr atrás do resultado, o Fluminense, não
voltou muito diferente. Já o Vasco.... Mesmo com a vantagem do empate, parou de
abusar dela! “Ufa!” devem assim ter agradecido, muitos torcedores vascaínos.
Afinal uma coisa é usar a vantagem do empate pra explorar os contra ataques, outra é você deitar na vantagem e se acomodar
no jogo.
A equipe cruz maltina voltou mais acesa, nada tão
eletrizante, mas pelo menos mostrou que sabia atacar como um time de futebol
que quer chegar numa final tem que saber. O Fluminense de Abel também não
animava muito sua torcida. A metade do segundo tempo chegou e Abel ainda assim
não ousou. Parece que estava esperando o acaso decidir o clássico. Vacilou, pois precisando da vitória para
chegar à final, a metade do segundo, era a hora exata. Até porque esse time do
Fluminense, tendo que buscar o resultado é outro! Se acostumou a fazer um gol e
se fechar e explorar os espaços. Tudo indicava um placar pequeno. Tudo levava a
crer que se houvesse um vencedor no jogo, seria por um detalhe ou outro. Até que Fluminense e Vasco fizeram 17 minutos
dos 90 e tantos jogados, os melhores disparados do clássico.
O Vasco saiu na frente, com a fundamental ajuda de Gum,
zagueiro adversário. Primeiro, cortou uma bola lançada erradamente, a entregando
praticamente nos pés de Éder Luís, ficando dois a dois no campo de defesa
tricolor. Quando a bola chegou em Éder, o Anderson tinha partido pra marcá-lo,
enquanto Gum permaneceu com Bernardo do outro lado. E aí veio o segundo erro
dele, ao invés de marcar firme o jogador vascaíno, ficou olhando o Éder com a
bola, sei lá o que ele pensou, de repente com a força do pensamento tentou
tirar a bola dos pés de Éder. Brincadeiras à parte, Éder cruzou, e Gum,
MARCANDO A BOLA, não cortou, Bernardo nas costas dele, matou! “Lição 1 – pra quem
quer ser um zagueiro que se prese, NUNCA MARQUE A BOLA, marque o jogador”.
8 minutos depois, o Flu empatou. Thiago Neves, livre,
aproveitou a bola que Rayner não conseguiu dominar. O que me admira, é que
deixaram Thiago Neves, um exímio cabeceador, livre, numa cobrança de escanteio.
Ele não fez o gol de cabeça, mas mesmo assim, veio de trás e com toda liberdade
do mundo marcou o empate. A bola era defensável, mas Alessandro não tem bom
reflexo. Ele ainda tocou nela, mas porque ela veio em cima dele. 2 minutos e o
Flu virou. Welinton Nem livre, teve tempo de ajeitar e bater rápido.
Parecia que o Vasco não teria força para correr atrás do
resultado, restando 15 minutos para o fim. Mas o Vasco, honrando o lema de ser o time da
virada, virou! O técnico Gaúcho teve estrela. Colocou Darkson e Romário. O
primeiro foi o autor do cruzamento que passou por toda a área e marcadores do
Fluminense (mais um erro defensivo) até chegar à segunda trave para Romário cabecear.
Depois, aos 41, o mito Dedé, que fez sua melhor partida no ano, sumindo com o
Fred no jogo (aliás Fred jogou hoje?), fez o gol da virada e fechou o caixão
tricolor (com mais uma falha de Gum, que simplesmente o deixou livre). Depois
disso? Ninguém criou mais nada e alguns minutos após, o jogo terminou.
Venceu quem errou menos. Gum foi fundamental para as falhas
do Fluminense e os gols do Vasco. Mas Bernardo, Romário, Dedé e companhia não
tinham nada a ver com isso.
Este foi o clássico dos 17 minutos. O resto foi treino, foi
estudo, foi toque daqui, toque dali....Poxa vida, pena que não sou vidente,
pois se fosse, tinha ido fazer minhas coisas e ligava a Televisão apenas quando
o jogo estivesse aos 24 do segundo tempo e desligava depois da virada do Vasco,
mas fazer o quê? Não sou vidente. Tive que suportar mais de uma hora para ver
um clássico monótono ficar eletrizante.
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