sábado, 2 de março de 2013

O jogo de 17 minutos


O Vasco está na final da Taça Guanabara. Venceu neste sábado, o atual campeão carioca, Fluminense, por 3 a 2. Tecnicamente o jogo não foi tão bom, apesar do número de gols, todos saíram pela liberdade dada pela defesa adversária.  Mas pelo menos o clássico foi emocionante.

O primeiro tempo foi monótono. Com o Vasco usando a vantagem do empate para viver lá atrás (e nem sequer contra atacava) e o Fluminense que precisava da vitória para avançar, apenas dominava o Vasco territorialmente, com uma oportunidade aqui outra acolá. Neste momento, eu estava torcendo e muito! Mas não para o Vasco, e menos ainda para o Fluminense. Estava torcendo, para o fim do primeiro tempo, onde a monotonia reinou em abundância.

E até que enfim o segundo tempo veio! Com atraso de dois minutos, mas veio!  E valeu a pena esperar por ele. Quem precisava correr atrás do resultado, o Fluminense, não voltou muito diferente. Já o Vasco.... Mesmo com a vantagem do empate, parou de abusar dela! “Ufa!” devem assim ter agradecido, muitos torcedores vascaínos. Afinal uma coisa é usar a vantagem do empate pra explorar os contra ataques,  outra é você deitar na vantagem e se acomodar no jogo.

A equipe cruz maltina voltou mais acesa, nada tão eletrizante, mas pelo menos mostrou que sabia atacar como um time de futebol que quer chegar numa final tem que saber. O Fluminense de Abel também não animava muito sua torcida. A metade do segundo tempo chegou e Abel ainda assim não ousou. Parece que estava esperando o acaso decidir o clássico.  Vacilou, pois precisando da vitória para chegar à final, a metade do segundo, era a hora exata. Até porque esse time do Fluminense, tendo que buscar o resultado é outro! Se acostumou a fazer um gol e se fechar e explorar os espaços. Tudo indicava um placar pequeno. Tudo levava a crer que se houvesse um vencedor no jogo, seria por um detalhe ou outro.  Até que Fluminense e Vasco fizeram 17 minutos dos 90 e tantos jogados, os melhores disparados do clássico.
O Vasco saiu na frente, com a fundamental ajuda de Gum, zagueiro adversário. Primeiro, cortou uma bola lançada erradamente, a entregando praticamente nos pés de Éder Luís, ficando dois a dois no campo de defesa tricolor. Quando a bola chegou em Éder, o Anderson tinha partido pra marcá-lo, enquanto Gum permaneceu com Bernardo do outro lado. E aí veio o segundo erro dele, ao invés de marcar firme o jogador vascaíno, ficou olhando o Éder com a bola, sei lá o que ele pensou, de repente com a força do pensamento tentou tirar a bola dos pés de Éder. Brincadeiras à parte, Éder cruzou, e Gum, MARCANDO A BOLA, não cortou, Bernardo nas costas dele, matou! “Lição 1 – pra quem quer ser um zagueiro que se prese, NUNCA MARQUE A BOLA, marque o jogador”.

8 minutos depois, o Flu empatou. Thiago Neves, livre, aproveitou a bola que Rayner não conseguiu dominar. O que me admira, é que deixaram Thiago Neves, um exímio cabeceador, livre, numa cobrança de escanteio. Ele não fez o gol de cabeça, mas mesmo assim, veio de trás e com toda liberdade do mundo marcou o empate. A bola era defensável, mas Alessandro não tem bom reflexo. Ele ainda tocou nela, mas porque ela veio em cima dele. 2 minutos e o Flu virou. Welinton Nem livre, teve tempo de ajeitar e bater rápido.

Parecia que o Vasco não teria força para correr atrás do resultado, restando 15 minutos para o fim.  Mas o Vasco, honrando o lema de ser o time da virada, virou! O técnico Gaúcho teve estrela. Colocou Darkson e Romário. O primeiro foi o autor do cruzamento que passou por toda a área e marcadores do Fluminense (mais um erro defensivo) até chegar à segunda trave para Romário cabecear. Depois, aos 41, o mito Dedé, que fez sua melhor partida no ano, sumindo com o Fred no jogo (aliás Fred jogou hoje?), fez o gol da virada e fechou o caixão tricolor (com mais uma falha de Gum, que simplesmente o deixou livre). Depois disso? Ninguém criou mais nada e alguns minutos após, o jogo terminou.

Venceu quem errou menos. Gum foi fundamental para as falhas do Fluminense e os gols do Vasco. Mas Bernardo, Romário, Dedé e companhia não tinham nada a ver com isso.

Este foi o clássico dos 17 minutos. O resto foi treino, foi estudo, foi toque daqui, toque dali....Poxa vida, pena que não sou vidente, pois se fosse, tinha ido fazer minhas coisas e ligava a Televisão apenas quando o jogo estivesse aos 24 do segundo tempo e desligava depois da virada do Vasco, mas fazer o quê? Não sou vidente. Tive que suportar mais de uma hora para ver um clássico monótono ficar eletrizante.

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